NASA Realiza Testes de Interação Pluma-Superfície para Missões Lunares Artemis

NASA Realiza Testes de Interação Pluma-Superfície para Missões Lunares Artemis

A NASA está simulando pousos na Lua aqui na Terra para garantir que os futuros astronautas da missão Artemis pousem em segurança. Imagine um secador de cabelo gigante soprando areia: é mais ou menos isso que acontece quando um foguete pousa na Lua, mas em uma escala muito maior e mais perigosa. O jato dos motores, ou pluma, levanta uma nuvem de poeira e rochas lunares, chamada regolito, que pode danificar a espaçonave e outros equipamentos.

Para entender melhor esse fenômeno, conhecido como interação pluma-superfície, pesquisadores do Langley Research Center da NASA, na Virgínia, iniciaram uma série de testes complexos. Eles estão usando uma câmara de vácuo esférica com 18 metros de diâmetro, uma espécie de bolha gigante de onde se retira todo o ar para simular o ambiente espacial.

O teste de interação pluma-superfície mais complexo já feito

“Este é o teste de solo de interação pluma-superfície mais complexo já realizado em uma câmara de vácuo”, afirma Ashley Korzun, líder de testes da NASA. Ela explica que o regolito levantado pode atingir o próprio módulo de pouso ou se espalhar, ameaçando experimentos científicos e futuros equipamentos na superfície lunar. Compreender essa física é crucial para a segurança da tripulação e o sucesso da missão.

A campanha de testes, que vai até 2026, promete gerar uma quantidade imensa de dados para aprimorar os modelos de previsão e orientar o design de novas tecnologias espaciais. É um esforço colaborativo que envolve vários centros da NASA, universidades e empresas.

Dois tipos de motores para simular o pouso lunar

A equipe de Korzun testará dois sistemas de propulsão diferentes. O primeiro, já em andamento, usa um sistema de pluma de etano que simula o jato do motor com cerca de 45 quilos de empuxo — o suficiente para levantar uma pessoa de peso similar. Ele aquece, mas não queima, permitindo estudar o impacto físico da pluma.

Na segunda fase, os testes usarão um motor de foguete híbrido de 35 centímetros, impresso em 3D, que queima propelente sólido e oxigênio gasoso. Ele gera um jato quente e potente, simulando um motor de foguete real em menor escala. Ambos os sistemas serão disparados contra um contêiner com mais de 2 metros de diâmetro cheio de um material que imita o regolito lunar, chamado Black Point-1, conhecido por suas partículas irregulares e coesivas.

Dados cruciais para a segurança das missões Artemis e futuras viagens a Marte

Diversos instrumentos, incluindo câmeras especiais, registrarão cada detalhe dos testes, que duram apenas seis segundos. Eles medirão a formação de crateras, a velocidade e o ângulo das partículas ejetadas e o formato das plumas dos motores. “Os dados desses testes serão fundamentais para validar modelos que preveem os efeitos da interação pluma-superfície na Lua e até em Marte, garantindo o sucesso das missões e a segurança de nossos astronautas”, destaca Daniel Stubbs, engenheiro da equipe de sistemas de pouso humano da NASA.

O projeto é modular, o que significa que pode ser adaptado para futuras missões. O simulador de solo lunar pode ser trocado por um que imite o solo de Marte, e a pressão na câmara pode ser ajustada para recriar a atmosfera do Planeta Vermelho. Embora o foco atual seja a Lua, a NASA já está de olho em Marte.

Com a campanha Artemis, a agência espacial não apenas retornará à Lua para descobertas científicas e benefícios econômicos, mas também construirá a base para as primeiras missões tripuladas a Marte, expandindo as fronteiras da exploração humana.

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