Dois satélites simulam um eclipse solar no espaço e registram imagem impressionante
Quando acontece um eclipse solar, os cientistas ficam em festa. É uma das poucas chances de observar a coroa solar — a parte externa da atmosfera do Sol — sem que a luz intensa do centro atrapalhe.
O problema? Esses eventos são super raros, duram poucos minutos e só podem ser vistos em locais bem específicos da Terra. É tipo tentar assistir um show incrível que só acontece uma vez por década e em um ponto aleatório do planeta.
Para resolver isso, a Agência Espacial Europeia (ESA) teve uma ideia genial: por que não criar um eclipse artificial… no espaço?
Conheça a Proba‑3
A missão Proba‑3 é formada por dois satélites que trabalham em dupla, como se fossem dançarinos perfeitamente sincronizados.
Um deles fica mais perto do Sol e serve como uma “tampa” que bloqueia a luz mais forte. O outro, que segue atrás, carrega uma câmera que captura o espetáculo: uma visão limpa da coroa solar. É como simular um eclipse, só que controlado, previsível e sem depender da Lua.
O mais impressionante é que esses dois satélites voam separados por 150 metros — mais do que o comprimento de um campo de futebol — e ainda assim conseguem se alinhar com uma precisão de milímetro. Isso tudo viajando a velocidades que variam de 8.690 km/h a 127.460 km/h!

Por que isso importa?
A precisão dessa “coreografia espacial” não serve só pra fazer bonito. Ela abre portas pra várias tecnologias futuras. Por exemplo, telescópios espaciais com sensores espalhados ou satélites que possam se acoplar a outros, como mecânicos cósmicos.
E tem mais: enquanto testam essa tecnologia, os cientistas ainda conseguem fazer imagens valiosas do Sol e estudar os efeitos do clima espacial — aquelas partículas que o Sol joga pra todo lado e que, às vezes, vêm em nossa direção.
Essas partículas são as responsáveis pela aurora boreal, mas também podem causar danos sérios a satélites e sistemas de comunicação aqui na Terra.
O grande feito
A missão foi lançada em 2024 e em junho de 2025 conseguiu algo inédito: manter os dois satélites alinhados por horas, no espaço, e registrar uma imagem de tirar o fôlego da coroa solar.
Além de ajudar a prever tempestades solares e proteger nossos equipamentos espaciais, a Proba-3 mostra como a engenharia de precisão pode transformar a maneira como exploramos o cosmos.
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