O Que São Rajadas de Raios Gama?
Prepare-se para ter sua mente explodida por uma descoberta que está reescrevendo as regras do universo.
Você já parou para pensar no quão vasto e misterioso o cosmos é? Mesmo com toda a nossa tecnologia, o espaço ainda guarda segredos que desafiam nossa compreensão. Recentemente, um grupo de astrônomos se deparou com um desses enigmas: um tipo de explosão cósmica nunca antes visto, que está nos forçando a repensar tudo o que sabíamos sobre a morte das estrelas.
Imagine o evento mais poderoso que você consegue conceber. Agora, multiplique isso por um bilhão. É mais ou menos disso que estamos falando. Em um estudo recente, cientistas anunciaram a descoberta da mais longa rajada de raios gama (conhecida pela sigla em inglês, GRB) já registrada. Esse evento monumental, batizado de GRB 250702B, foi detectado pelo Telescópio Espacial Fermi da NASA em 2 de julho de 2025.
O Que São Rajadas de Raios Gama?
Pense nas rajadas de raios gama como os “super-saiyajins” do universo. Elas são as explosões mais violentas e energéticas que existem, liberando mais energia em poucos segundos do que o nosso Sol em toda a sua vida. Normalmente, esses eventos espetaculares acontecem de duas maneiras:
1.O colapso de uma estrela gigante: Quando uma estrela muito maior que o Sol fica sem combustível, seu núcleo desaba sob a própria gravidade, formando um buraco negro. Esse processo cataclísmico lança jatos de matéria e energia a velocidades próximas à da luz.
2.A fusão de objetos compactos: Dois objetos superdensos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros, espiralam um em direção ao outro até colidirem, liberando uma quantidade colossal de energia.
O que torna a GRB 250702B tão especial é que, ao contrário das outras, que duram de milissegundos a alguns minutos, ela continuou a brilhar por um dia inteiro! É como se uma estrela explodisse não uma, mas várias vezes. Como isso é possível?
O Papel do Telescópio James Webb
Para desvendar esse mistério, os astrônomos precisavam de uma peça-chave do quebra-cabeça: a distância. Saber a que distância a explosão ocorreu é crucial para calcular sua verdadeira potência. E para essa tarefa, eles recorreram ao mais poderoso observatório espacial já construído: o Telescópio Espacial James Webb.
Com os dados do Webb, a equipe confirmou que a GRB 250702B não era apenas longa, mas também a explosão cósmica mais energética já registrada. A maioria dessas explosões é acompanhada por uma supernova – a “assinatura” da morte de uma estrela massiva. No entanto, os astrônomos não encontraram nenhuma supernova brilhante perto do local, embora uma mais fraca possa estar escondida pela poeira da galáxia hospedeira.
“Nossas observações confirmaram que a GRB 250702B é um evento surpreendentemente distante, dada a luminosidade de sua galáxia hospedeira. A energia liberada é suficiente para desafiar, mas não quebrar definitivamente, os modelos canônicos de colapso de estrelas”, escreveram os pesquisadores.
Possíveis Causas e Novos Mistérios
O que poderia ter causado um evento tão extremo? Os cientistas especulam duas possibilidades principais:
•Um tipo muito raro e incomum de colapso estelar.
•Um buraco negro “devorando” uma estrela pequena que chegou perto demais.
Outra descoberta surpreendente foi a própria “casa” da explosão: uma galáxia extremamente grande e empoeirada. Isso é incomum, pois a maioria das GRBs ocorre em galáxias pequenas, jovens e com intensa formação de estrelas. Essa peculiaridade sugere que o ambiente pode ter desempenhado um papel fundamental na criação deste evento único.
“A identificação de uma GRB tão exótica em uma galáxia tão incomum levanta a possibilidade de que o ambiente foi importante no processo que criou a GRB 250702B”, concluem os autores.
O universo, mais uma vez, nos mostra que sempre há mais a aprender. A descoberta da GRB 250702B abre um novo capítulo na astronomia, cheio de mistérios a serem resolvidos. A caça pela supernova oculta, o monitoramento do brilho residual da explosão e a criação de novos modelos para explicar esse fenômeno raro manterão os cientistas ocupados por muito tempo. E quem sabe quais outros segredos cósmicos eles descobrirão ao longo do caminho?




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