Planeta Gelado Cheio de Água Descoberto: Uma Janela para a Vida Extraterrestre!

Planeta Gelado Cheio de Água Descoberto: Uma Janela para a Vida Extraterrestre!

Prepare-se para uma notícia espacial que vai te deixar de queixo caído! Astrônomos da Universidade de Warwick fizeram uma descoberta incrível: um planetesimal gelado (pense em um pequeno bloco de construção de planetas, mas feito de gelo) rico em nitrogênio e água, sendo devorado por uma anã branca (o que sobra de uma estrela como o nosso Sol depois que ela “morre”) fora do nosso sistema solar. É como se tivéssemos encontrado uma pista num “cenário de crime cósmico” que nos diz muito sobre a formação de planetas e, quem sabe, a vida em outros cantos do universo!
No nosso próprio sistema solar, a gente acredita que cometas e planetesimais gelados foram os grandes entregadores de água para a Terra. E a água, como sabemos, é essencial para a vida! Mas encontrar esses objetos gelados fora do nosso sistema solar é um desafio e tanto, porque eles são pequenos, fraquinhos e difíceis de “ver”. É aí que entra a espectroscopia ultravioleta, uma técnica superpoderosa que nos ajuda a desvendar os segredos químicos das estrelas distantes.
Em um estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, astrônomos de Warwick, Europa e EUA encontraram provas fortes de que existem por aí, em outros sistemas planetários, corpos ricos em gelo e substâncias voláteis (aquelas que evaporam fácil, tipo a água). E o mais legal é que esses corpos podem levar água e os ingredientes básicos para a vida!
Para essa descoberta bombástica, a equipe usou o Telescópio Espacial Hubble e sua espectroscopia ultravioleta para analisar a composição química de estrelas distantes. Uma estrela em particular, a WD 1647+375, chamou a atenção por ter “voláteis” na sua superfície. Normalmente, a atmosfera de uma anã branca é feita de hidrogênio e hélio, mas a WD 1647+375 tinha elementos como carbono, nitrogênio, enxofre e oxigênio. Essa atmosfera “diferentona” foi a primeira pista de que algo especial estava acontecendo.
A Snehalata Sahu, pesquisadora-chefe do Departamento de Física da Universidade de Warwick, explicou que não é novidade encontrar cálcio, ferro e outros metais em anãs brancas. Isso acontece porque elas “absorvem” (ou “acretam”, no jargão científico) material de planetas e asteroides que chegam muito perto e são despedaçados. Analisar essa “refeição” estelar nos dá uma ideia de como são feitos os planetesimais fora do nosso sistema solar.
“As anãs brancas agem como cenas de crime cósmicas”, disse Sahu. “Quando um planetesimal cai nelas, seus elementos deixam ‘impressões digitais’ químicas na atmosfera da estrela, permitindo-nos reconstruir a identidade da ‘vítima’.” Geralmente, vemos evidências de material rochoso, mas encontrar detritos ricos em voláteis é raro. E foi exatamente isso que aconteceu aqui!
Um dos voláteis mais importantes para identificar mundos gelados é o nitrogênio. A espectroscopia ultravioleta revelou que o material absorvido pela WD 1647+375 tinha uma quantidade impressionante de nitrogênio (cerca de 5% da sua massa). Essa é a maior abundância de nitrogênio já vista em detritos de uma anã branca! Além disso, a atmosfera da estrela ganhou 84% mais oxigênio do que o esperado se o objeto fosse apenas rocha, o que reforça a ideia de que era um objeto gelado.
Os astrônomos também descobriram que a estrela estava se alimentando desse objeto há pelo menos 13 anos, a uma taxa de 200.000 kg por segundo (o peso de uma baleia-azul adulta!). Isso significa que o objeto gelado tinha pelo menos 3 km de diâmetro (tamanho de um cometa). Mas, como a acreção pode durar centenas de milhares de anos, o objeto original poderia ter até 50 km de diâmetro e pesar um quintilhão de quilos! É muita coisa!
Juntos, esses dados pintaram o retrato de um planetesimal gelado e rico em água (com 64% de água!) sendo consumido pela estrela. Pode ser algo parecido com o cometa Halley ou um fragmento de um planeta anão, como o C/2016 R2.
O professor Boris T. Gänsicke, também da Universidade de Warwick, comparou a natureza rica em voláteis da WD 1647+375 com os objetos do cinturão de Kuiper (KBOs) do nosso sistema solar, que são os objetos gelados encontrados além da órbita de Netuno. Ele acredita que o planetesimal absorvido pela estrela é provavelmente um pedaço de um planeta anão, tipo Plutão.
“Isso se baseia na sua composição rica em nitrogênio, na alta massa prevista e na alta proporção gelo-rocha de 2,5, que é maior do que a dos KBOs típicos e provavelmente vem da crosta ou manto de um planeta parecido com Plutão”, explicou Gänsicke.
Essa é a primeira vez que se encontra uma anã branca com atmosfera de hidrogênio absorvendo puramente um planetesimal gelado. Se esse objeto se formou no sistema planetário da estrela original ou se é um cometa interestelar capturado do espaço profundo, ainda é um mistério. De qualquer forma, essa descoberta prova que existem corpos gelados e ricos em voláteis em sistemas planetários além do nosso.
Essa descoberta também mostra a importância da espectroscopia ultravioleta para investigar a composição de objetos tão raros e ricos em voláteis fora do nosso sistema solar. Somente a luz UV consegue detectar elementos voláteis (carbono, enxofre, oxigênio e, principalmente, nitrogênio), e será crucial para futuras buscas pelos “tijolos” da vida em outras estrelas. O universo é realmente um lugar lugar fascinante, e cada nova descoberta nos aproxima um pouco mais de entender como tudo funciona e se a vida é um fenômeno comum ou uma raridade cósmica!
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